No contexto atual de pandemia, adoecimento e ansiedades, e com o surgimento de novas rotinas mediadas pelas telinhas, via web, passamos, enquanto psicomotricistas, a nos questionar e a buscar novas possibilidades terapêuticas. Ou seja, buscar formas de manter o acompanhamento às crianças com risco ou comprometimento para seu desenvolvimento e às suas famílias, a fim de minimizar os efeitos das ausências, perdas, bem como, da impossibilidade do atendimento presencial.
O Objetivo foi realizar trocas teórico-práticas sobre a abordagem online em psicomotricidade e refletir sobre as novas experiências de atendimento.
Criou-se um grupo online chamado “Enlaces e Interlocuções”, cujos membros eram de São Paulo, do Ceará, e de Minas. As reuniões ocorreram semanalmente, por duas horas. Nos encontros foram discutidas teoria e prática da psicomotricidade, que prioriza o corpo presente e vivido, porém, excepcionalmente haveria de lidar com o corpo através da janela digital.
Por meio de recortes clínicos de pacientes (clientes) do grupo, já em atendimento on-line, foram realizadas a interlocução e a co-visão, pressupondo a psicomotricidade atravessada pelo atendimento virtual. Essa experiência foi realizada por nove meses.
Os encontros possibilitaram aos psicomotricistas maior confiança por meio de uma rede de suporte e sustentação para essa nova modalidade de atendimento. A experiência de atendimento on-line foi válida, mas, requer mais pesquisa e referenciais teóricos que a suportem e, sobretudo, consideramos que o atendimento virtual pode se agregar à clínica psicomotora, mas, não substituir sua prática vivida presencial.
