A Psicomotricidade no Contexto de Adultos com Perturbação Mental: Uma Síntese de Investigação

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE I CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSICOMOTRICIDADE XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOMOTRICIDADE

A PSICOMOTRICIDADE NO CONTEXTO DE ADULTOS COM PERTURBAÇÃO MENTAL: UMA SÍNTESE DE INVESTIGAÇÃO

AUTOR:


Sousa, B. 1,
Lebre, P. 2
1 Licenciada em Reabilitação Psicomotora e Mestre em Psiquiatria Social e Cultural pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal. beatrizsousa_1@hotmail.com
2 Professora auxiliar na Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, Portugal, Investigadora no Instituto de Etnomusicologia, Pólo Dança Faculdade de Motricidade Humana, Portugal

Resumo: Aproximadamente, mais de um quinto dos portugueses apresenta uma perturbação psiquiátrica, sendo as perturbações de ansiedade aquelas com maior prevalência, seguidas das perturbações de humor (Almeida et al., 2013). As respostas em saúde mental têm vindo progressivamente a reconhecer o papel da terapia psicomotora ao nível da reabilitação psicossocial, face ao reconhecimento do seu potencial na promoção de competências no domínio socioemocional, cognitivo e psicomotor.

Objetivo: Sintetizar a investigação em língua inglesa que vem sendo realizada para identificar os benefícios da terapia psicomotora em adultos com perturbação mental. Métodos: Foi realizada uma pesquisa de artigos científicos em 3 bases de dados (ISI Web Knowledge, Science Direct e PubMed), publicados em língua inglesa, entre janeiro de 2009 e abril de 2019. Resultados: Identificaram-se ensaios clínicos randomizados (N=5), estudos quasi-experimentais (N=2), estudos observacionais (N=3), com os seguintes níveis de evidência nível 1 (N=5), nível 2 (N=2), nível 3 (N=2) e nível 4 (N=1).

Os ensaios clínicos randomizados foram avaliados segundo a Escala Pedro com 9 valores (N=1), 7 valores (N=1) e 6 valores (N=3). Os artigos incluíram diferentes grupos de população com perturbação mental (N=14) onde as mais referidas foram a Demência e a Esquizofrenia.

Conclusão: Apesar do escasso número de estudos identificados, com níveis de evidência variáveis, foram apontados benefícios deste tipo de intervenção, recomendando-se a necessidade de realizar investigações futuras.

Palavras-chave: Terapia psicomotora; Perturbação Mental; Adultos.

Introdução


A saúde mental é caracterizada como um estado de bem-estar, onde o indivíduo se apresenta capaz de lidar com as problemáticas do dia-a-dia, contribuindo para a sociedade na qual está inserido, desenvolvendo e realizando o seu potencial (WHO, 2005).

Atualmente os determinantes do adoecer mental incluem fatores, junto com fatores causais, como a pobreza, baixo estatuto social e económico, fraco nível educacional, desemprego, preocupações financeiras, isolamento social (Silva, Loureiro & Cardoso, 2016). Em Portugal verifica-se uma elevada prevalência de perturbações psiquiátricas (cerca de um quinto da população total), com uma maior incidência na perturbação de ansiedade e perturbação de humor (Almeida, 2018), justificando a necessidade de uma reflexão sobre o papel potencial da intervenção psicomotora neste âmbito e sua eficácia.

Segundo a APP (2011), a intervenção psicomotora pode assumir uma ação preventiva, reeducativa ou terapêutica, a primeira com o propósito de estimular o potencial de aprendizagem e o desenvolvimento psicomotor, incidindo na melhoria ou na manutenção da autonomia. Já a componente reeducativa é essencial quando o desenvolvimento e a aprendizagem estão afetados, enquanto a abordagem terapêutica pode ser dirigida a problemas psicoafectivos, onde a adaptabilidade dos indivíduos fica comprometida (APP, 2011).

A psicomotricidade auxilia o indivíduo a se expressar e relacionar com o meio envolvente, facilitando uma exploração sensoriomotora, otimizando a atividade percetiva e simbólica, valorizando a intenção e a consciencialização da ação (Martins, 2001), recorrendo a técnicas de consciencialização corporal, de relaxação terapêutica, de educação e reeducação gnoso-práxica, atividades ludoterapêuticas, expressivas, ou atividade motora adaptada e recreação terapêutica.

Já segundo o European Forum of Psychomotricity (EFP, 2012), as técnicas utilizadas na intervenção psicomotora abrangem o brincar, atividades motoras; atividades de expressão, de consciência corporal, grafomotoras, de exploração do exterior e de aventura; e de relaxamento.

A terapia psicomotora (entendida como uma terapia de reeducação ou mediação corporal e expressiva), no âmbito da psiquiatria, é focada no indivíduo, dirigida a pessoas com perturbações mentais comuns, severas, agudas e crónicas, tendo em vista a promoção da saúde, bem-estar, tratamento e reabilitação de indivíduos, mediante o estabelecimento de uma relação terapêutica através da aplicação de um modelo biopsicossocial (Probst et al., 2016).

Atualmente o desafio da Psicomotricidade é expandir a sua evidência científica, visto que cada vez mais é solicitada para o reconhecimento desta prática profissional. Esta agenda está em consonância com o International Roadmap to Mental Health Research (Haro et al., 2013), enfatizando estratégias para o desenvolvimento de novas intervenções e enriquecimento dos pacientes e dos seus familiares.

A pesquisa direcionada para a eficácia das psicoterapias de orientação corporal indica um fortalecimento das evidências nesta última década, facto que deve ser acompanhado no que respeita a Terapia Psicomotora dirigida à população com problemas de saúde mental.

Neste sentido, os objetivos deste estudo passam por averiguar os resultados da terapia psicomotora na intervenção com adultos com perturbação mental; e, de igual forma, verificar o tipo de evidências, a população com perturbação mental, as técnicas/ métodos utilizados em estudos focados na avaliação da eficácia da terapia psicomotora dirigida a adultos com perturbação mental. Assim sendo, pretendemos clarificar o nível de conhecimento científico em torno da Terapia Psicomotora dirigida a adultos com perturbação mental, por intermédio da seleção, análise e recolha de dados de estudos realizados neste âmbito.

Material e Métodos


Estratégia de Pesquisa
Entre março e abril de 2019, foi realizada uma pesquisa nas bases de dados ISI Web of Knowledge, Science Direct e PubMed com as seguintes palavras-chave “Psychomotor therapy AND Mental Health” e “Psychomotor therapy AND Psychiatric disorders”. As palavras-chave foram pesquisadas em inglês.

Critérios de inclusão e de exclusão


Os critérios de inclusão utilizados foram os seguintes:
a) data de publicação – artigos publicados entre janeiro de 2009 e abril de 2019;
b) idioma – artigos em inglês;
c) população – artigos referentes à população adulta (idade igual ou superior a 18 anos) com um diagnóstico de perturbação mental;
d) tipo de intervenção – artigos descrevendo a intervenção incluindo a terapia psicomotora;
e) tipo de estudos - considerados estudos quantitativos, incluindo desenhos de estudo experimentais (ensaios clínicos não-randomizados, ensaios clínicos randomizados ou estudos quasi-experimentais) e estudos observacionais (estudos de coorte, estudos de caso, estudos transversais, estudos descritivos e estudos de séries de casos). Os critérios de exclusão incluíram: artigos que não descrevessem uma intervenção em terapia psicomotora dirigida a adultos e sua avaliação. Foram excluídos os artigos se dedicavam somente à descrição de um instrumento de avaliação.

Extração dos Dados


Primeiramente, foram excluídos artigos duplicados; em seguida, dois revisores realizaram uma análise preliminar de todos os artigos extraídos das bases de dados através do título e do resumo, tendo em consideração os critérios de inclusão e exclusão definidos.

De seguida, procedeu-se a uma leitura e análise dos artigos, obtendo-se, assim, os artigos selecionados para esta síntese.
Após ter sido identificado um número alargado de artigos (N=1529), ISI Web Knowledge (N = 83), Science Direct (N = 57); PubMed (N=1311), e após a verificação de duplicados, obtiveram-se 1225 artigos.

Posteriormente, realizou-se a análise dos artigos pelo título e resumo, resultando numa primeira seleção de 166 artigos, excluindo aqueles em que a população e o tipo de intervenção não iam de encontro aos critérios de inclusão (terapia psicomotora, participantes com idade igual ou superior a 18 anos e com um diagnóstico de perturbação mental). De seguida, procedeu-se a uma leitura do texto integral por dois revisores, onde foram selecionados 10 artigos para a análise.

Procedimentos para a descrição dos artigos e da Qualidade Metodológica


A descrição das perturbações mentais nos artigos selecionados foi realizada de acordo com o DSM-5 (APA, 2014). Recorreu-se a uma descrição no que respeita aos objetivos do estudo, modelo de avaliação, tipo de intervenção e seus resultados. O nível de evidência de todos os estudos da amostra foi analisado segundo o modelo de Joanna Briggs Institute (2013); no caso de existirem ensaios clínicos randomizados, recorreu-se à Escala de PEDro (PEDRo – Physiotherapy Evidence Database, 1999).

O modelo tem por base uma classificação de níveis, onde
o nível 1 corresponde a estudos experimentais (tais como revisões sistemáticas e ensaios clínicos randomizados),
o nível 2 a estudos quase experimentais,
o nível 3 a estudos observacionais analíticos (como os estudos de coorte e caso-controlo),
o nível 4 a estudos observacionais descritivos (como os estudos seccionais, série de caso e estudo de caso),
e o nível 5 a opiniões de especialistas e bancos de investigação.

Já a escala de PEDRo compreende um conjunto de 11 perguntas relativas às caraterísticas dos ensaios clínicos randomizados, onde se determinada se uma característica está presente ou não; o valor final atribuído varia entre 0 e 10 pontos.

Resultados


Características dos estudos selecionados para a amostra:
No total foram identificados dez estudos para a amostra (Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018; Ferrero-Arias et al., 2011;
Guzmán, et al., 2016;
Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James, 2012;
Kay et al., 2015;
Quee et al., 2014;
Scheffers et al., 2017;
Scheffers et al., 2018; van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein,
2011; van Dijk et al.,
2019), sendo estes enquadrados na sua tipologia como ensaios clínicos randomizados (N=5), estudos quase experimentais (N=2), estudos observacionais analíticos (N=2) e estudo observacional descritivo (N=1).

Qualidade Metodológica dos estudos selecionados


De acordo com a escala proposta pelo Joanna Briggs Institute (2013) para identificar o nível de evidência, 5 artigos apresentam
o Nível 1 (Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018, Ferrero-Arias et al., 2011; Quee et al., 2014; van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein, 2011 ; van Dijk et al., 2019); 2
o Nível 2 (Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James, 2012; Kay et al., 2015); 2
o Nível 3 (Scheffers et al., 2017; Scheffers et al., 2018); e 1
o Nível 4 (Guzmán, et al., 2016). Já no que respeita à avaliação segundo a Escala de PEDro, efetuada nos ensaios clínicos randomizados, 1 apresenta uma pontuação de 9 valores (Ferrero-Arias et al., 2011), 1 com 7 valores (Quee et al., 2014) e 3 com 6 valores (Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018; Van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein, 2011; van Dijk et al., 2019).

População dos estudos selecionados


No que diz respeito à população alvo de estudo, identificaram-se 4 estudos dirigidos para a Demência (Ferrero-Arias et al., 2011; Guzmán, et al., 2016; Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James, 2012; Scheffers et al., 2017), 2 para a Esquizofrenia ou outras Perturbações Psicóticas (Quee et al., 2014; Scheffers et al., 2017), 1 estudo dedicado à Perturbação de Personalidade (van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein, 2011), 1 estudo envolve a Perturbação mental e comportamental relacionada com o uso de substâncias (Scheffers et al., 2017), 1 para a Perturbação Depressiva (Scheffers et al., 2018), 1 para as Perturbações Somatoformes (Scheffers et al., 2017). Dos restantes estudos identificados, outras populações incluem dor crónica e sintomas psicológicos (Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018), Deficiência Intelectual (Kay et al., 2015), Perturbações do Humor (Scheffers et al., 2017), Perturbações de Ansiedade (Scheffers et al., 2017), Perturbações de Adaptação (Scheffers et al., 2017), Perturbações Alimentares (Scheffers et al., 2017), Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (Scheffers et al., 2017) e Perturbações Dissociativas (Scheffers et al., 2017). Refira-se que em alguns artigos foram estudadas mais do que uma perturbação.

Dimensão dos participantes/amostra


Os 10 estudos selecionados para a amostra utilizaram um número amostral variável nos estudos descritos. Em alguns estudos, e face à metodologia utilizada, foram incluídos grupos de controlo. Bergland, Olsen e Ekerolt (2018) envolveram 50 pacientes num grupo de controlo e 55 no grupo de intervenção. Scheffers et al. (2017) incluíram 267 pacientes e um grupo de controlo de 759 indivíduos. O estudo de Ferrero-Arias et al. (2011) envolveu 146 participantes; van Dijk et al. (2019) incluiu 140 participantes. O estudo de Scheffers et al. (2018) envolveu 48 participantes, o estudo observacional analítico de Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James (2012) foi realizado com 13 participantes; o estudo quasi-experimental de Kay et al. (2015) foi realizado com 12 participantes e o estudo de Guzmán et al. (2016) envolveu 10 participantes tal como o estudo de Van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein (2011).

Instrumentos de avaliação


No estudo de Bergland, Olsen & Ekerholt (2018) foram utilizados vários instrumentos, tais como Subjective Health Complaints Inventory (SHC Inventory) (examina queixas relacionadas com a saúde no mês anterior à intervenção), Short Form 36 Health Survey (SF‐36) (avalia a saúde associada à qualidade de vida), Numeric Pain Rating Scale (NPRS) (mede a intensidade da dor), “7‐item coping scale” (avalia a perceção do coping), Rosenberg Self‐Esteem Scale (define quais as atitudes e o valor próprio em relação o Eu) e o Oslo‐3 Social Support Scale (mede o apoio social), tendo sido todos aplicados no início do tratamento e 6 meses depois do mesmo.

Ferrero-Arias et al. (2011) utilizaram as seguintes escalas de avaliação: Barthel índex, cognitive mini-examination (CME), Yesavage 15-item geriatric depression scale (GDS-15), Blessed-A scale, CDR Staging, potential toxicity scale, Neuropsychiatric Inventory Questionnaire (NPI-Q), e Dementia, Apathy Interview and Rating (DAIR) scale. Todas as escalas foram avaliadas no início da intervenção, à exceção das duas últimas escalas, que foram também administradas na semana 4 e 8.

Guzmán et al. (2016) recorreram à observação naturalista e a três escalas de avaliação, sendo elas o Mini-Mental State Examination (MMSE) (avalia o comprometimento dos níveis cognitivos), Tinetti Balance Assessment Tool-Frail Adult version (examina o equilíbrio e mobilidade) e o Dementia Mood Assessment Scale (DMAS) -17 (determina o humor e comportamento). Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James (2012) utilizaram apenas o Mini-Mental State Examination (MMSE).

Kay et al. (2015) usaram o Health of the Nation Outcome Scales for Learning Disability (HoNOS–LD, Wechsler Adult Intelligence Scale – (WAIS-IV) ou a Raven’s Coloured Progressive Matrices.
Quee et al. (2014) recorreram aos seguintes instrumentos: Positive and Negative Syndrome Scale (PANSS) (avalia a presença e severidade dos sintomas; aplicado no início do tratamento), Multnomah Community Ability Scale (MCAS) e Social and Occupational Functioning Scale (SOFAS) (determinam o nível de funcionamento), Negative Symptom Assessment (NSA-M) (avalia a motivação para realizar atividades). As últimas três escalas foram administradas no início do tratamento, 4 meses e 8 meses depois.

Scheffers et al. (2017) aplicaram o Dresden Body Image Questionnaire-35 (avalia a aceitação corporal, vitalidade, contacto físico, satisfação sexual), Outcome Questionnaire (OQ-45) (medida generalizada para o funcionamento da saúde mental), Manchester Short Assessment of Quality of Life (MANSA) (determina a qualidade de vida em pessoas com diagnóstico de perturbação mental), Mental Health Confidence Scale (MHCS) (foca aspetos intrapessoais relacionados com a auto-confiança). As escalas foram aplicadas no início e após os 4 meses de intervenção.

Scheffers et al. (2018) utilizaram o Inventory of Depressive Symptomatology (mede a severidade do sintoma depressivo; monitorizado de duas em duas semanas durante a intervenção), Dresden Body Image Questionnaire-35, Body cathexis scale (avalia a satisfação corporal ou funções corporais), e Somatic Awareness Questionnaire (acede à sensitividade, sinais e estados corporais). As três últimas escalas foram aplicadas 1 semana antes e depois do tratamento.

Van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein (2011) utilizaram a Mode Observation Scale (MOS) (indica a presença e intensidade dos diferentes modos do esquema em situações clínicas), Therapy Integrity Scale (TIS) (identifica a integridade da Terapia Focada nos Esquemas e das Terapias pela Arte).

Por último, Van Dijk et al. (2019) recorrem ao Brief Symptom Inventory 53 item version (BSI-53) (avalia o stress psicológico), EuroQol-5D-5 L (EQ-5D-5 L) (mede a saúde relacionada com a qualidade de vida; administrada no início da intervenção e após 3 meses), Cantril’s ladder (avalia a satisfação com a vida), Warwick-Edinburgh Mental Well-being Scale (WEMWBS) (avaliação o bem-estar mental), Severity Indices of Personality Problems – Short Form (SIPP-SF) (avalia o funcionamento da personalidade), Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness (MAIA) (avalia a consciencialização corporal), Self-report Mood Zoom (avalia a regulação emocional; administrado 3 vezes por dia, durante uma semana), Montreal Cognitive Assessment (MoCA) (avalia o nível cognitivo global), Longitudinal Aging Study Amsterdam (LASA) (avalia a presença de doenças somáticas crónicas), Mental Health Survey and Incidence Study (NEMESIS) (avalia a presença de trauma na infância), Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT) (identifica o uso de álcool no ano anterior), Young Schema Questionnaire second version (YSQ-2) (indica esquemas desadequados numa fase precoce da vida), Schema Mode Inventory (SMI) (avalia os modos do esquema). As escalas foram administradas no início da intervenção, no final da intervenção, e 6 e 12 meses após intervenção.

Descrição da terapia – conteúdos, tempo de intervenção


Kay et al. (2015) aplicaram a uma população com deficiência intelectual o PsyMot Assessment, constituído por uma sessão com uma bateria de jogos e entrevista com 60 itens, permitindo ao terapeuta aceder ao funcionamento mental e físico do paciente; posteriormente, realizaram 6 a 8 sessões de terapia psicomotora.

No ensaio clínico de Bergland, Olsen & Ekerholt (2018), foi implementado o Norwegian Psychomotor Physical Therapy (NPMP) em pacientes com dor crónica e sintomas psicológicos, 1 vez por semana durante 6 meses. O NPMP é baseado na teoria de que o corpo reage a uma tensão física, emocional e social que pode influenciar todo o corpo, afetando a respiração, tensão muscular, postura, movimentos, equilíbrio, flexibilidade e consciencialização corporal (Ekerholt & Bergland, 2004, 2006, 2008; Øien et al., 2007).

Os estudos de Ferrero-Arias et al. (2011) e Scheffers (2017) implementaram sessões de arterapia, musicoterapia e terapia psicomotora. No estudo de Ferrero-Arias et al. (2011), foram realizadas 20 sessões com duração de 50 minutos numa população com diagnóstico de demência. No estudo de Scheffers (2017), a intervenção foi aplicada a pacientes com Perturbações do Humor, Perturbações de Ansiedade, Perturbação de Adaptação, Perturbações Alimentares, Esquizofrenia ou outras Perturbações Psicóticas, Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, Perturbações relacionadas com substâncias, Perturbações Dissociativas, Demência, Perturbação Somatoforme, durante 4 meses.

Por outro lado, Quee et al. (2014) num grupo de pacientes internados e não internados com diagnóstico de Esquizofrenia, implementaram um Tratamento composto pela farmacoterapia, psicoeducação, terapia cognitivo-comportamental, terapia psicomotora, arteterapia, projetos educativos, grupos de desporto e de apoio, em conjunto com um Treino de Adaptação Cognitiva, em sessões semanais de 45 minutos, durante 8 meses.

Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James (2012) desenvolveram um estudo quasi-experimental numa população com Demência onde aplicaram a dança de salão latina, o Danzón, consistindo em passos com uma intensidade moderada, com um certo ritmo de acordo com os tempos da música, assegurando um baixo risco de uma lesão física, sendo considerada pelos autores uma intervenção psicomotora baseada neste tipo de dança, e denominada de Terapia Psicomotora Danzón (TPD). Foram realizadas sessões de 35 minutos, 2 vezes por semana ao longo de 6 semanas.

Este artigo, entre os identificados, foi aquele onde se podia compreender o formato da sessão típica de forma mais detalhada. Esta intervenção inicia-se por um aquecimento de 10 minutos, onde o grupo se dispõe em círculo, realizando alongamentos e mobilizações e passos da dança Danzón.

Em seguida, realiza-se uma dança durante 15 minutos, onde, primeiramente, se fornece uma ajuda mnemónica para indicar alguns passos. Em seguida, os participantes juntam-se aos pares e repetem a sequência no mínimo 4 vezes. Em seguida, os pares trocam entre si e dançam livremente durante 5 minutos. Por fim, no retorno à calma, o grupo é colocado em círculo para realizar alongamentos e mobilizações com uma avaliação final referente à participação do grupo na sessão.

O artigo do mesmo autor Guzmán, et al. (2016) descreve uma investigação muito similar à referida anteriormente, onde a designada Psychomotor Dancee Therapy Intervention (DANCIN) foi aplicada a uma população com diagnóstico de Demência. As sessões foram realizadas 2 vezes por semana com a duração de 30 minutos durante 12 semanas.

Scheffers et al. (2018), no estudo realizado a uma população com diagnóstico de Perturbação Depressiva Major recorreram em simultâneo a várias terapias: a farmacoterapia, psicoterapia e terapia psicomotora durante 3 meses, não sendo descrita detalhadamente a tipologia de intervenção psicomotora.

Numa intervenção de 12 a 18 meses, Van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein (2011) para pacientes com diagnóstico de Perturbação de Personalidade Grupo A (Paranóica) e Perturbação de Personalidade Grupo B (Antissocial, Narcísica e Boderline), implementaram a Terapia Focada no Esquema, incluindo sessões de psicoterapia (2 vezes por semana) e de arteterapia (1 vez por sessão por semana), considerando que esta última incluía a terapia psicomotora, arteterapia ou dramaterapia.

Por último, o estudo de van Dijk et al. (2019), dirigido a uma população com diagnóstico de Perturbação de Personalidade Grupo B e/ou C realizou uma intervenção de 20 sessões de Terapia Focada no Esquema e de Terapia psicomotora em comparação com um Tratamento Usual, durante um período de 6 meses.

Resultados


Nos estudos identificados surgiram melhorias em variados aspetos, nomeadamente ao nível da consciencialização corporal, estímulo da reminiscência de memórias anteriores, interação com o outro e satisfação corporal.

No estudo de Kay et al. (2015), foi evidenciado que a terapia psicomotora, permite a identificação das necessidades e cuidados do paciente, auxiliando-o na criação de novas respostas para experiências do passado e futuro.

Em 4 estudos da amostra, dirigidos à população com demência, os autores concluíram que existiram melhorias na memória, socialização, redução da agitação, aumento de capacidades motoras e melhoria da satisfação corporal (Ferrero-Arias et al., 2011; Guzmán, et al., 2016; Guzmán-García, Mukaetova-Ladinska & James, 2012; Scheffers et al., 2018). Bergland, Olsen & Ekerholt (2018) evidenciaram que a terapia psicomotora em pacientes com dor crónica e sintomas psicológicos contribui para o aumento da autoestima, melhoria na qualidade de vida e das estratégias de coping.
Van den Broek, Keulen-de Vos & Bernstein (2011) observaram que, as Terapia pelas Artes (composta pela terapia psicomotora, arteterapia e dramaterapia) auxiliam os pacientes a evocarem a uma autorreflexão mais saudável (em comparação com as formas verbais de psicoterapia), revelando-se mais eficazes do que as terapias convencionais utilizadas para a evocação dos estados mentais, concluindo que não existiram diferenças significativas entre o Tratamento Usual e a Terapia Focada no Esquema na população com Perturbação de Personalidade. Van Dijk et al. (2019) evidenciaram que, a aplicação da Terapia Focada no Esquema junto com a Terapia Psicomotora em pacientes com Perturbação de Personalidade auxilia o avanço do processo terapêutico.
Neste sentido, os estudos, apesar de reduzidos apontam que a psicomotricidade, apresenta potenciais benefícios em diversas populações com diagnóstico de perturbação mental.

Discussão


Ao elaborar a pesquisa nas diferentes bases de dados, observou-se a existência de muitos estudos não relacionados com a terapia psicomotora.
Relativamente a artigos mais específicos da intervenção psicomotora, surgiram 7, englobando 2 estudos de controlo randomizado, 2 observacionais analíticos, 1 observacional descritivo e 1 teórico, sendo a maior amostra composta por 146 indivíduos, onde a terapia psicomotora foi implementada ao mesmo tempo que outras terapias farmacológicas e não farmacológicas.

Visto que a adoção de uma prática baseada em evidências deve ser centrada na procura de evidências empíricas para a terapia psicomotora, podemos constatar que existem ainda poucos estudos que apontem métodos e técnicas específicas e resultados da terapia psicomotora em adultos com perturbações mentais.

Contudo, as evidências de intervenções terapêuticas, centradas em terapias de mediação corporal, tais como a musicoterapia, arteterapia, dramaterapia, bem como técnicas associadas à relaxação, atividade física, à terapia com animais ou ao treino cognitivo, passíveis de serem utilizadas e consideradas técnicas e métodos utilizados em psicomotricidade, são já bastante comuns. Para efeitos desta síntese (pelo facto de os artigos não citarem a terapia psicomotora) este tipo de estudos não foram referidos.

Apesar da limitação referida anteriormente, foi possível identificar e evidenciar resultados positivos da terapia psicomotora.
O NPMP (realizado através do treino, massagem e reflexão terapêutica) auxiliou pacientes com dor crónica e sintomas psicológicos a apresentarem uma melhor autoestima, qualidade de vida e coping (Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018).

A expressão física e vocal, diálogo interno, exercícios de imaginação inerentes a técnicas dramaterapêuticas em pacientes com Perturbação de Personalidade auxiliam a expressão de emoções e a adoção comportamentos espontâneos e prazerosos (Doomen, 2017).

No estudo de Kay et al. (2015), através da aplicação do PsyMot Assessment, foi evidenciado que a terapia psicomotora em pacientes com deficiência intelectual permite a identificação das necessidades do paciente, auxiliando-o na criação de novas respostas para experiências do passado e futuro.

Os estudos onde a terapia psicomotora foi implementada em pacientes diagnosticados com deficiência intelectual, perturbação esquizoafetiva, perturbação depressiva ou dor crónica, observaram-se benefícios ao nível da relaxação corporal, diminuição da dor, capacidade no reconhecimento de manifestações corporais e uma melhoria da consciencialização corporal (Kay et al., 2015; Bensimon et al., 2018; Bergland, Olsen & Ekerholt, 2018).

Dos estudos identificados, foram evidenciadas intervenções que abrangiam técnicas passivas de serem utilizadas em Psicomotricidade, oriundas de outras áreas profissionais/conceptuais.
Conclui-se que existem algumas evidências de que a psicomotricidade, em conjunto com outras terapias, apresenta benefícios na população adulta com diagnóstico de perturbação mental.
Porém, pela síntese dos estudos efetuada, parece que a investigação publicada em língua inglesa ainda se encontra numa fase inicial no que respeita ao nível de evidências encontrados, recomendando-se a necessidade de realizar mais estudos experimentais e sua publicação.

Salienta-se que foi identificado 1 protocolo de estudo, ao longo da pesquisa realizada, onde a produção de oxitocina relacionada com a intervenção psicomotora, pretende ser estudada numa população com perturbação mental (Salerno, Cefaratti & Romero-Naranjo, 2017) e ainda um protocolo para avaliação de um programa, o BEATVIC, para indivíduos com perturbação psicótica, a ser implementado nos cuidados de saúde mental (van der Stouwe et al., 2016).

Considerações finais


Após a análise dos artigos selecionados pode-se concluir que a terapia psicomotora em adultos com perturbação mental apresenta uma escassez de estudos com evidência no que respeita a sua eficácia.

Sugerimos de igual forma que sejam realizadas pesquisas na língua francesa ou espanhola, pelo facto de eventualmente existirem estudos acerca desta temática.

Relativamente às dificuldades inerentes a este estudo, pôde-se verificar que, durante a pesquisa, surgiram artigos onde a intervenção psicomotora era aplicada à população infantil, facto que pode ser eventualmente justificado pela própria evolução desta prática profissional.

De igual forma, o facto de a psicomotricidade apresentar diversas técnicas e métodos de intervenção, colocou dificuldades metodológicas aquando da pesquisa.
Torna-se, assim, importante desenvolver investigações neste âmbito para que se comprove a sua eficácia, nos cuidados em saúde mental.

Referências Bibliográficas


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