Fantasia na brincadeira, no devaneio e na compulsão à repetição – Autor: Carlos Alberto de Mattos Ferreira

AUTOR

Carlos Alberto de Mattos Ferreira
Sócio Titular da ABP;
Doutor em Saúde Coletiva (UERJ) e Mestre em Educação (UFRJ);
Psicólogo, Psicanalista, Psicomotricista e Fonoaudiólogo;
Coordenou o curso de graduação em Psicomotricidade (IBMR- RJ) e a pós-graduação em Psicomotricidade (IBMR-RJ - 1992/2017);
Autor de diversos livros e artigos;
Contato: cmattos57@globo.com

  

O presente artigo está inserido no livro Freud e a Fantasia (2018). A abordagem apresenta as bases primárias e originais que fundamentam a importância do brincar no campo da constituição do psiquismo. A contribuição freudiana é de importância capital para todos os autores que foram diretamente influenciados por estes princípios, a saber: Vygotsky, Leontiev, Piaget, Wallon, Winnicott e Klein, entre outros. Há uma segunda abordagem do brincar na obra freudiana que não está neste capítulo. Os efeitos dessas primeiras formulações podem ser verificados em todo o campo da clínica e da educação com crianças e, em especial, na psicomotricidade, psicanálise e psicoterapia com crianças e adolescentes.

Fantasia na brincadeira, no devaneio e na compulsão à repetição

“Passado, presente e futuro são como as contas de um colar encadeado pelo desejo” (Freud 1907).

Carlos Alberto de Mattos Ferreira

A importância do brincar na constituição do psiquismo é uma das contribuições mais importantes da teoria freudiana. A descoberta da sexualidade infantil abriu caminho para se pensar toda a gama de construções que a criança realiza desde a mais tenra infância, ainda em seus primeiros momentos de vida, até a manutenção desse estado infantil no psiquismo adulto (sob uma forma inconsciente e constituído pelo conteúdo imaginário denominado de fantasia). A psicanálise descobriu que a vida psíquica dos adultos tem sua origem na infância, o que levou Freud a afirmar que a criança é o pai do homem.
O brincar infantil é percebido por Freud como o processo que organiza a percepção da realidade por meio da realidade psíquica. As primeiras abordagens sobre a importância do brincar aparecem em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. Nesse texto, Freud descreve o prazer que as crianças sentem nos jogos infantis quando vivenciam (consigo mesmas ou com os outros) os movimentos mecânicos de balançar e serem jogadas para cima. Esse prazer pelo movimento se desdobra na percepção do ato de ninar e nas brincadeiras de faz de conta, sendo que nesta última a fantasia já comparece de forma representativa (imitar algo ou alguém). Dentro desse contexto, o jogo é considerado como uma atividade sexual.
Um aspecto importante, ressaltado no texto citado, é que essas experiências fantasiadas pelas brincadeiras motoras das crianças podem causar imenso desprazer nos adultos. Freud compreende que tonturas, náuseas e ansiedades se manifestam em função da repressão desse prazer infantil. Alguns sintomas, tais como a agorafobia e as alterações da marcha, podem estar relacionados à repressão a qual é submetido o prazer sexual do movimento. A compreensão da origem do psiquismo em sua relação com o brincar esclarece e inaugura o trabalho psicanalítico com crianças e, ao mesmo tempo, revela a importância da dimensão lúdica na clínica com adultos.

Fantasia, Criação e Devaneios

Escritores criativos e seus devaneios é o primeiro artigo dedicado exclusivamente ao papel da criação, do brincar e da fantasia na obra freudiana. Sobre o processo criativo dos escritores e dos poetas, Freud apresenta duas questões. A primeira trata da forma como o escritor consegue afetar o leitor, despertando nele emoções das quais ele jamais havia se dado conta. A segunda diz respeito ao fato de que não é suficiente estudar, compreender o papel da literatura e/ou de outras artes, para se tornar um escritor criativo. O criador não pode explicar como e por que cria. Ele simplesmente o faz. Essa analogia da capacidade criativa pode ser estendida também aos profissionais de outras áreas (esporte, ciência etc.) que produzem uma nova estética, rompem parâmetros estabelecidos e criam novas formas de ser e agir. É possível estabelecer uma dimensão da criação para além do campo dos escritores e pensar a função da arte na constituição do psiquismo humano. E Freud, nesse texto, por meio da literatura, busca atingir outros patamares da esfera psíquica. Com o infantil novamente presente nos arcabouços da constituição psíquica, Freud apresenta um estudo sobre o papel do brincar e da fantasia de extrema importância para a psicanálise, a psicologia e muitas outras áreas da educação e da clínica, tanto de crianças quanto de adultos.

De onde vem o material criativo? Esta parece ser uma pergunta que insiste e persiste por toda a obra freudiana e pelas de outros autores também. Trata-se de uma indagação universal. É necessário esclarecer que, sob a denominação “escritores criativos”, Freud reúne aqueles que conseguem produzir uma obra literária que alcance a expressão da complexidade do psiquismo humano em sua dimensão tragicômica, presente em todos nós. De certa forma, a capacidade criativa é possível a todos. Nas nossas profundezas, somos todos poetas.

O Papel do Brincar

Freud descreve o brincar como o protótipo da capacidade criativa. Os elementos da brincadeira fomentam a atividade potencial do fazer poético. E aquilo do que mais se ocupa a criança é da brincadeira. Durante o ato de brincar, não estaria a criança se comportando como um poeta, não estaria ela introduzindo elementos de seu próprio mundo em uma nova organização criativa, de forma a obter maior prazer? Contrapondo-se ao senso comum, Freud considera o brinquedo/jogo infantil extremamente sério e carregado de afeto. Se há algo a opor à atividade criativa do jogo, não se trata da seriedade, mas sim da realidade efetiva. Um dos pontos determinantes desta contribuição teórica consiste em Freud afirmar que, no brincar, a criança diferencia claramente a brincadeira da realidade. Afinal, ela utiliza elementos (objetos palpáveis e situações visíveis) de seu meio ambiente (o mundo real), ainda que os envolva com toda a carga afetiva que envolve sua atividade lúdica. É precisamente essa capacidade de separar realidade de criação que diferencia o brincar do fantasiar.

Freud sugere que o poeta ou o escritor criativo faz o mesmo que a criança que brinca ou joga, ou seja, cria um mundo de fantasia levado a sério, investido de afeto e separado da realidade. Ambos constroem seus mundos a partir da fantasia, sabendo, entretanto, diferenciá-los de uma realidade efetiva, embora retirem os conteúdos dessa mesma realidade constituída por objetos palpáveis e situações vivenciadas.

A irrealidade do mundo do poeta/escritor tem um papel relevante para a criação artística. Criando um jogo de fantasia, o poeta/escritor pode afetar seus espectadores gerando prazer e muitas excitações, inclusive as dolorosas (que não causariam prazer caso fossem reais). Nessa mesma oposição entre realidade efetiva e brincar Freud assinala os esforços que, durante o crescimento, na passagem da infância para a vida adulta, têm de ser feitos para que o sujeito encare a vida com seriedade. Contudo, a capacidade de brincar não desaparece e pode ser revivida como estratégia, pelo adulto, para suportar o peso imposto pela vida. Neste sentido, o adulto pode acessar suas lembranças e usar o humor como via de acesso ao prazer – resquício das atividades lúdicas infantis.

Em princípio, o brincar causa prazer. O adulto se vê diante da necessidade de abandonar este prazer para encarar as situações cotidianas. Mas onde fica este prazer que, se foi experimentado, deixou um registro mnêmico na vida psíquica a que não se pode renunciar? O que se pode fazer é trocar um prazer por outro. O que aparenta ser um ato de renúncia transforma-se, assim, num ato de substituição.

Seguindo esta linha de raciocínio de que não se renuncia ao prazer e que um substituto se faz necessário para dar conta desta satisfação, a criança, ao ir abandonando os brinquedos, não para, na verdade, de brincar. Os objetos da brincadeira podem até ser abandonados, mas o brincar se transforma no mundo dos castelos no ar, ou seja, em fantasia. Aqui, no entanto, a fantasia assume outro aspecto. Trata-se de um mecanismo presente na grande maioria das pessoas que pode ser chamada de devaneios ou sonhos diurnos.

Ao comparar o fantasiar com o brincar, Freud assinala que, enquanto o brincar infantil é uma atividade que a criança pode realizar sozinha ou com outros companheiros sem se preocupar se está sendo vista ou não, o fantasiar adulto tem como característica principal o fato de não ser revelado. O sujeito, por se sentir envergonhado, é capaz de expor publicamente antes as suas falhas do que seus devaneios. Assim como ocorre na brincadeira para a criança, o adulto cultiva sua fantasia como algo íntimo e profundamente valioso. Em virtude da ocultação da fantasia, o adulto crê que seu conteúdo seja único e que outros não compartilhem desse tipo de pensamento.

Ao relacionar a brincadeira, a fantasia e o desejo, Freud retoma a questão do que está oculto e do que está explícito nestas instâncias. A criança busca no brincar o desejo de ser grande e adulto, construindo no faz-de-conta o que conhece do mundo dos mais velhos. E não esconde esse desejo. O adulto por sua vez, como descrito acima, não revela sua fantasia. Por um lado, há uma sociedade que exige que ele se comporte abrindo mão de brincadeiras e fantasias, de acordo com as exigências do mundo real. Por outro lado, e bem mais importante do ponto de vista da constituição do psiquismo, entre os elementos dos quais se constituem suas fantasias, muitos têm que ficar escondidos. Consequentemente, compreende-se que o cerne das fantasias dos adultos é sempre infantil e, por meio da vergonha, proibido. O que possibilita desvendar essas fantasias nos adultos é a necessidade que eles têm de resolver seus conflitos neuróticos, vendo-se obrigados a elucidá-los por meio do tratamento psíquico.

A estrutura que sustenta a fantasia é constituída por uma dimensão temporal. Freud demonstra toda uma relação da fantasia com o passado, o presente e o futuro. Essa lógica temporal estabelece uma conexão profunda do sujeito que fantasia com o tempo; tempo que se funde num complexo de impressões que se aglutinam por meio do desejo. O sujeito que fantasia, em especial no devaneio, é afetado pelos elementos da experiência vivida que vai deixando impressas no psiquismo as marcas temporais. A fantasia, como devaneio, vai se modificando de acordo com a passagem do tempo na história de cada sujeito. A percepção de futuro, para uma criança, é muito distinta da de um idoso. Diante da proximidade da morte, o idoso é afetado em sua capacidade de fantasiar e, por consequência, de desejar.

Os três momentos por onde oscilam nossas representações do fantasiar (devanear) são os seguintes: o motivo atual que provoca o despertar do desejo; a lembrança que remonta à memória mais primitiva – geralmente as infantis – onde este desejo foi gratificado e, por fim, a projeção para o futuro da representação dessa realização. Nas palavras de Freud: “Vale dizer, passado, presente e futuro são como as contas de um colar encadeado pelo desejo” .

Quando as fantasias se proliferam muito e se tornam hiperpotentes para o individuo, elas criam uma sólida base para as formações neuróticas e psicóticas, tornando-se os estados preliminares imediatos e penosos dos sintomas de que os pacientes mais se queixam. Este é um ponto considerado desviante do fantasiar, que é o gerador de “patologias” .

Freud descreve, então, a conexão entre os sonhos e o fantasiar/devanear. A sabedoria da língua, no seu caso a germânica, designa o devanear/sonhos diurnos (Tagtraum) como o referente aos castelos no ar dos fantasiadores, enquanto o sonho propriamente dito (Traum) é uma produção equivalente, podendo ser revelado mediante interpretação, via psicanálise. Os sonhos não são outra coisa do que os próprios devaneios, contudo mais obscuros porque submetidos à repressão e tornados inconscientes. Conforme investigado na Interpretação dos Sonhos, a distorção a que estes estão submetidos são produtos da desfiguração onírica. Tanto os sonhos quanto os devaneios – as fantasias diurnas que cada um de nós conhece muito bem – são realizações de desejo.

Articulando o devaneio com a criação literária, Freud reconhece o Eu como o personagem central, o herói dos romances, que sobrevive a todas as dificuldades por que passa. No caso dos personagens que encarnam os “bons” e os “maus” encontram-se, respectivamente, aqueles que estão do lado do Eu e os que estão contra ele. A criatividade do escritor em construir vários personagens, na trama de um romance, expressa a capacidade de observar o fracionamento de seu próprio Eu, e de personificar as diferentes forças conflitantes que nele agem.

Os três tempos do desejo presentes na fantasia também se articulam na construção poética. Pode-se supor que o autor tenha sido despertado para uma ou várias situações provenientes das suas lembranças, geralmente de raízes infantis, das quais arranca o desejo que busca satisfação via criação poética. Dessa forma, não seria demasiado requerer que a criatividade dos escritores ou a criação poética, constituídas na base das lembranças infantis, não sejam mais do que produções comuns às do devaneio, ou seja, “continuação e substituto dos antigos jogos infantis” .

Dentro do conjunto de lembranças infantis provenientes do brincar ou dos jogos simbólicos, há que se considerar o papel desempenhado pela transmissão, organização e função imaginária dos mitos, lendas e contos de fadas. Sobre os mitos Freud pensa, nesse momento de sua obra, “serem vestígios distorcidos de fantasias de desejos de nações inteiras, os sonhos seculares da humanidade jovem” .

O psiquismo humano é fortemente influenciado pelo simbolismo das tradições e por isso também se apresenta nos sonhos sob uma forma inconsciente. A origem de tais tradições é transmitida por meio dos contos de fadas, das lendas, dos mitos, anedotas, das músicas, dos filmes e diversas outras fontes de produção cultural que são, muitas vezes, internalizadas inconscientemente. Esse reconhecimento do simbolismo na constituição da vida psíquica aponta para a importância das produções culturais no imaginário do indivíduo. E como o poeta ou o escritor consegue afetar o leitor ou o espectador com sua criação?

Ao falar de sentimentos que estão presentes em todos nós e que se fossem revelados abertamente causariam repulsa ou frieza, o poeta utiliza-se de uma estética, que Freud chama de ars poética, capaz de produzir prazer trabalhando com os mesmos elementos do devaneio. Freud afirma que o lugar da ficção gera um distanciamento estratégico das fantasias dos espectadores (proteção/defesa) e, ao mesmo tempo, revela algo que, de alguma forma, gera identificação e conforto no público, que se reconhece pertencente a essa dimensão tragicômica da condição humana. O prazer do espectador é denominado por Freud de “prêmio de estímulo” ou de “prazer preliminar” . O público, desta forma, está habilitado a obter prazer genuíno daquilo de que se envergonha ou censura.

A infância não é propriamente o paraíso que os adultos costumam achar que é. A criança sente o desejo de crescer, pois quer fazer o que os adultos fazem e isso se reflete no brincar sob as mais diversas formas. Os contos-de-fada funcionam como lembranças encobridoras para as rememorações da própria infância em muitos adultos. No caso das crianças, eles funcionam como uma espécie de organizador do psiquismo, e são vividos com intensidade de realidade. A compreensão da importância desses contos populares na obra freudiana permite que se entenda a relevância do simbolismo cultural na constituição psíquica dos sujeitos. Elementos que não pertencem à realidade infantil em geral ganham, entretanto, estatuto de realidade para cumprir uma função, tal como o papel do lobo, por exemplo, como um dos elementos causadores de medo, ansiedade ou fobia.

Reações que afetam o sujeito diante de uma obra de arte nem sempre são compreensíveis do ponto de vista racional. Certas impressões artísticas podem causar comoção nas pessoas sem que se tenha a compreensão do por que dessa afetação. Em relação aos professores, Freud observa a tendência infantil de transferir-lhes o respeito e a expectativa correspondente a seus próprios pais, e a tendência a tratá-los como tais. A ambivalência se mantém presente na relação mestre e aluno. Interessante observar que, como o interesse freudiano está centrado mais nos processos inconscientes e emocionais do que nos intelectuais, é possível constatar, na relação do indivíduo adolescente e adulto com os professores, uma transferência desta mesma ordem. Não raro, observam-se sentimentos de rejeição, desafio, agressões, paixões, inibições, inveja, tentativa de destituição da autoridade e do saber. Muitos sentimentos que perpassam a relação professor/aluno não são compreendidos por nenhum dos dois.

BIBLIOGRAFIA:

FREUD, Sigmund. Obras Completas Vol IX. El Creador Literario y el Fantaseo.
(1908[1907]) Buenos Aires: Amorrortu, 2005.
Standard Edition das Obras Psicológicas Completas de
Sigmund Freud. Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente. Rio de Janeiro: Imago, 1969.

Fragmento do capítulo 6. Fantasia na Brincadeira, no Devaneio e na Compulsão à Repetição, publicado em FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos. Freud e a Fantasia: Os Filtros do Desejo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
Links para adquirir o livro:
http://bit.ly/FreudeaFantasiaSaraiva
http://bit.ly/FreudFantasiaAmazon
http://bit.ly/FreudeaFantasiaCultura
http://bit.ly/FreudeaFantasiaTravessa
http://bit.ly/FreudeaFantasiaSubmarino
http://bit.ly/FreudeaFantasiaAmericanas

Outros títulos publicados pelo autor:

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos (ORG) – Psicomotricidade da Educação Infantil à
Gerontologia. São Paulo: Lovise, 2000.

  

  

  

  

  

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos, THOMPSON, Rita & MOUSINHO, Renata (ORGS)
Psicomotricidade Clínica. São Paulo: Lovise, 2002.

  

  

  

  

  

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos, THOMPSON, Rita (ORGS). Imagem e Esquema Corporal.
São Paulo: Lovise, 2002.

  

  

  

  

  

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos, HEINSIUS, Ana Maria & BARROS, Darcymires do Rego
(ORGS). Psicomotricidade Escolar. Rio de Janeiro: WAK EDITORA, 2008.

  

  

  

  

  

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos & RAMOS, Maria Inês Barbosa (ORGS). Psicomotricidade,
Educação Especial e Inclusão Social. Rio de Janeiro: WAK EDITORA, 2009.

  

  

  

  

  

FERREIRA, Carlos Alberto de Mattos & HEINSIUS, Ana Maria (ORGS). Psicomotricidade na
Saúde. Rio de Janeiro: WAK EDITORA, 2009.

  

  

  

  

  

Os livros da Editora WAK podem ser adquiridos no seguinte endereço: http://www.leandrolivros.store/departamento/8343/05/psicomotricidade

Ainda não há comentários.

Deixe um comentário