Memórias: O Significado do Corpo Vivido e Seu Significante

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE I CONGRESSO INTERNACIONAL DE PSICOMOTRICIDADE XIV CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOMOTRICIDADE

MEMÓRIAS: O SIGNIFICADO DO CORPO VIVIDO E SEU SIGNIFICANTE

AUTOR:

Cassia Akemi Yamada Eguthi
Pedagoga, Psicopedagoga da Educação Especial e Psicomotricista
cassia.eguthi@associacaovemser.org.br

Eixo escolhido: Atenção Primária em Psicomotricidade
Tema: Memórias: O significado do corpo vivido e seu significante
Palavras Chaves: Atenção Primária, Idoso, Psicomotricidade, Envelhecimento Saudável, Qualidade de Vida.

RESUMO:

Memórias: O significado do corpo vivido e seu significante é o trabalho que pretendemos apresentar. Projeto que está sendo trabalhado junto a um grupo de idosos no programa psicomotor, através das atividades de estimulação cognitiva, corporal e social contribuindo na manutenção de habilidades preservadas, como oportunizar novas possibilidades, favorecendo a funcionalidade e melhor qualidade de vida.

Com a preocupação no índice cada vez maior de idosos no mundo, devemos ter o foco na atenção primária ao idoso e tudo que envolve, sejam políticas públicas, como Planejamento e Ações em seus diferentes segmentos, como profissionais preparados a lidar e trabalhar com este público.

O significado do corpo vivido. Esse corpo que traz sim ao longo dos anos, marcas, experiências, sentimentos que refletem na qualidade do envelhecimento, mas também o interesse, a disponibilidade em potencializar tantas capacidades muitas vezes adormecidas, dar-se o direito a novas descobertas, sensações, relações consigo mesmo, com o outro, com mundo. Prazer, estar bem consigo mesmo, significando sua existência, contribuirá no processo do envelhecimento saudável, na prevenção e cuidados com a saúde. Equilíbrio entre corpo, mente e emoção.

Comprova-se através de estudos científicos, que atividades de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade, sendo assim, este projeto apresenta metodologia através de propostas psicomotoras, com diferentes estratégias, proporcionando ao idoso os estímulos necessários.

Considerando, respeitando, acreditando e acompanhando as significativas contribuições da Psicomotricidade na terceira idade, em especial neste projeto, é que nos mobilizamos a buscar, investir e proporcionar através desta, uma melhor qualidade de vida e saúde ao idoso, população esta que aumenta e que merece o respeito, a dignidade, seja qual situação econômica tiver, uma vez que também tem a finalidade social, por ser desenvolvida junto a uma entidade do terceiro setor.

INTRODUÇÃO:

O mundo vive um processo de transição do processo demográfico bem significativo. O número de pessoas com mais de 60 anos aumenta a cada ano. A proporção das taxas de nascimento diminue consideravelmente, comparando com a população idosa.

Em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) superou os 30 milhões.
Estima-se que em 2030, teremos 1,4 bilhão de idosos.

Em 2050, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o número de pessoas com idade superior a 60 anos chegará a 2 bilhões de pessoas, representando um quinto da população mundial.
A longevidade também há de se considerar. Na maioria dos países, o número de pessoas acima dos 80 anos deve quadruplicar para quase 400 milhões.

Neste panorama, o estudo, planejamento e ações voltadas a este público, em seus diferentes segmentos, seja em políticas públicas, como Programas de Atenção Primária ao Idoso, aliado a responsabilidade e conhecimento dos profissionais. Os idosos pertencem a um grupo de indivíduos que necessitam de atenção especial devido às intensas modificações fisiológicas e ambientais a que estão expostos (MORIGUTI et al, 2009).

Os processos de Senescência e Senilidade, é um novo paradigma na Atenção Primária. A manutenção da qualidade de vida, considerando o processo de perdas próprias do envelhecimento e as possibilidades de prevenção e manutenção.

A Gerontopsicomotricidade, com o olhar integral sobre o indivíduo, tem muito a contribuir, seja na prevenção e qualidade do envelhecimento saudável, como na formação de profissionais que atuam junto a idosos. Ações e esforços efetivos na promoção da saúde.

Memórias: O significado do corpo vivido e seu significante é o tema que está sendo trabalhado junto a um grupo de idosos no programa psicomotor, em São Paulo, através das atividades de estimulação cognitiva, corporal e social contribuindo na manutenção de habilidades preservadas, como oportunizar novas possibilidades, favorecendo a funcionalidade e melhor qualidade de vida.

O significado do corpo vivido. Esse corpo que traz sim ao longo dos anos, marcas, experiências, sentimentos que refletem na qualidade do envelhecimento, mas também o interesse, a disponibilidade em potencializar tantas capacidades muitas vezes adormecidas, dar-se o direito a novas descobertas, sensações, relações consigo mesmo, com o outro, com mundo. Prazer, estar bem consigo mesmo, significando sua existência, contribuirá no processo do envelhecimento saudável, na prevenção e cuidados com a saúde. Equilíbrio entre corpo, mente e emoção.

OBJETIVOS:

Proporcionar através das práticas psicomotoras aos idosos, estímulos globais: corporais, sociais, emocionais, cognitivos, linguísticos, contribuindo no processo de envelhecimento saudável e preventivo.

METODOLOGIA:

Com o desafio em tornar possível, o desencadeamento de ações na promoção da saúde, prevenção de doenças e envelhecimento saudável, o Projeto Memórias foi o tema escolhido para ser trabalhado junto as grupo de idosos, numa comunidade carente, que participam de um Programa psicomotor.

O tema oferece muitas possibilidades. O corpo, a mente, já traz uma história, experiências vividas, sentidas que refletem sobre o indivíduo. Resgatar, considerar estes fatores, mas também explorar as novas possibilidades, a criatividade, as potencialidades através das Memórias, o significado do corpo vivido e seu significante.

As aulas acontecem duas vezes semanais, onde através do planejamento semestral, são realizadas atividades que abrangem os aspectos: Psicomotores, Sócio-afetivos, Cognitivos e Lingüísticos. Para cada um destes, consideramos:

Estimulação Psicomotora: Partindo do conhecimento dos estudos de Luria, sabemos que a retrogênese humana acontece de forma vertical descendente, sendo assim, os estímulos psicomotores são essenciais que contribuem na independência, retardando o declínio funcional nas atividades de vida diária, além de melhores condições físicas e qualidade da saúde com prática de exercícios.
Estimulação sócio afetivas:

Iniciativas que promovem o contato social, estimulando as habilidades de comunicação, convivência e afeto, promovendo integração e evitando a apatia e a inatividade diante de dificuldades. Para isso, são planejadas atividades motivadoras, de interesse do grupo, além das propostas de lazer, cultura, comemoração de datas festivas.
Estimulação cognitiva e lingüística:

Atividades que visam potencializar as habilidades cognitivas mediante a estimulação sistemática e continuada em situações práticas que requerem o uso de pensamento, raciocínio lógico, atenção, memória, linguagem e planejamento.

Através deste tema motivador, nas atividades são utilizadas técnicas que resgatam e trabalham os objetivos acima citados, proporcionado também habilidades das funções motoras. Utilizamos de jogos, desafios mentais, treinos específicos, construções, reflexões, resgate de histórias e uso de materiais que compensem dificuldades específicas Nestes, são utilizadas diferentes estratégias através de música, dança, jogos, oficinas motoras, artesanais, culinárias, como passeios e atividades externas.

RESULTADO:

Ações com foco na atenção primária ao idoso, através das propostas psicomotoras com a estimulação motora, cognitiva e social para manutenção das funcionalidades, minimizar as dificuldades dos idosos frente ao processo de senescência, prevenção de doenças, possibilitar o contato social, integrado é o resultado que almejamos e desejamos chegar.

Para esta medição, estão sendo utilizadas avaliações, acompanhamentos de exames clínicos, pareceres de equipe interdisciplinar, além da constante observação e relatórios diários do grupo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Envelhecer com qualidade é um enorme desafio a sociedade. Reflexões, planejamentos e ações precisam ser incentivadas e viabilizados, com a devida responsabilidade para o público idoso, população cada maior no mundo.

Oferecer condições para uma melhor qualidade de vida para o envelhecimento saudável requer não somente a mobilização de Programas, mas considerar as necessidades do idoso em seus vários aspectos, o enxergando na sua integralidade, pois um todo recai nas condições físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Como bem coloca Fátima Alves (2013, p.38):

“Quando a saúde fragiliza é porque há um somatório de vários fatores. A vida marca as pessoas de forma rigorosa, o que agrava muitas vezes a qualidade de vida delas no decorrer da vida. O emocional, as emoções, relativas as tristezas, alegrias, angústias, dores, ansiedade e aflições tanto quanto outras tem um papel fundamental em todo esse processo. Os movimentos ficam limitados e carregados a ponto de tensionarem e evitar um desempenho mais harmonioso”.

Nisso, é necessário mobilizações em tudo que envolve este público: acesso à saúde, moradia, convivência, acessibilidade, educação, lazer, enfim políticas públicas aos idosos.
No que tange a Psicomotricidade, sabemos o quanto esta ciência tem a contribuir na Atenção Primária ao idoso, considerando este Ser que traz consigo as memórias de sua história, suas experiências, vivências, marcas e através de propostas planejadas e fundamentadas, contribuir na autonomia, funcionalidade, auto estima, prevenção e qualidade de vida para uma longevidade digna.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FONSECA, Vitor. Psicomotricidade: Filogênese, Ontogênese e Retrogênese. Rio de Janeiro: WAK, 2009.
VELASCO, Cacilda. Aprendendo a envelhecer a luz da psicomotricidade. São Paulo: Phorte, 2006.
ALVES, Fátima. A Psicomotricidade e o idoso. Uma Educação para saúde. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

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